quarta-feira, 28 de abril de 2010

Feitos a Imagem de Deus


Em geral, todas as pessoas ficam deslumbradas quando contemplam a natureza. Ela é belíssima! A mistura de cores, de sons, de formas, de paisagens, de melodias deixa qualquer um boquiaberto. Não a como permanecer indiferente diante da grandeza da natureza. Diante da formosura da criação, todas as palavras parecem inadequadas. Quem nunca ficou emudecido diante da beleza do mar? Ou nunca parou, sem palavras, diante da vista do alto de uma montanha? Ou não permaneceu em silencio contemplando o barulho das águas de uma cachoeira? Às vezes, as nossas únicas palavras são: “Uau!”, “Meu Deus!”, “Que isso?!?!”, “Eu nunca vi coisa dessas!”.

Contudo, apesar de toda a beleza da criação, das árvores, dos animais, das paisagens, das cachoeiras e das montanhas, nada em tudo isso reflete a imagem de Deus, a, não ser o ser humano. Para nenhuma outra de todas as obras Deus disse: “Façamos a nossa imagem e conforme a nossa semelhança”. Essas palavras só foram direcionadas para o homem. Somente ele foi criado à imagem e semelhança do próprio Criador (Gn 1.26-27).

Assim, se alguma pessoa quiser ter uma idéia de como Deus é, ela deve olhar não para a imensidão do mar e nem para a grandeza do céu estrelado; ela deve olhar para si mesma e para o seu semelhante. Somente no ser humano é possível encontrar a imagem e a semelhança do Criador.

Naturalmente, essa imagem e semelhança não estão relacionadas com aquilo que entendemos como padrão de beleza. Não é a altura, a cor dos olhos, a cor da pele, ou a textura do cabelo que nos mostram Deus no ser humano. Da mesma maneira, não é a existência do coração, dos pulmões, dos braços, das pernas, dos olhos que apontam para a imagem e semelhança de Deus.

Se quisermos encontrar a imagem e a semelhança de Deus no ser humano, devemos buscar mais além do que aquilo que os nossos olhos vêem e nossos ouvidos ouvem. Também devemos buscar mais além do que aquilo que a razão pesa e as nossas emoções sentem. Os nossos olhos, os nossos ouvidos, a nossa razão e as nossas emoções nos enganam. Eles nos levam a categorizar as pessoas. Por esses meios, algumas pessoas podem ser consideradas mais “Parecidas com Deus” ou mais “abençoadas por Deus” do que outras. Da comparação começam a divisão e a competição. Foi isso o que aconteceu, por exemplo, na África do Sul: as pessoas começaram a ser medias e segregadas pela cor de pele.

Em muitos lugares ainda existe a segregação por causa da cor da pele. Mas em outros, a comparação, a divisão e a competição ocorrem por causa da posição social, do status, do dinheiro, da inteligência, do talento, da beleza, da cidadania ou da religião. As pessoas ignoram ou se esquecem de todos, indistintamente, carregam em si mesmos a imagem e semelhança de Deus.

Na verdade, para muitos, é mais confortável se esquecer de que o outro carrega a imagem e semelhança de Deus. Isso torna mais fácil a exploração, a injustiça social, o abandono, a indiferença e o desprezo do outro. Além do mais, se o ser humano não carrega a imagem e semelhança de Deus, ele não é mais importante do que as baleias, as florestas, os oceanos, os mico- leão- dourados, os elefantes africanos ou peixes-palhaço. Existe, assim, uma boa desculpa lógica para escolher salvar as famílias das baleias e não as famílias dos seres humanos.

Ao invés de se admirarem com o que carregam a imagem e semelhança de Deus, e , portanto, com o que é mais belo, sublime e extraordinário, as pessoas escolhem se admirar com as outras criaturas. Uma das razões para isso acontecer talvez seja o medo do confronto. Em geral, a pessoas têm medo de serem confrontadas, E, como o ser humano reflete a imagem e semelhança de Deus, ele também reflete o padrão moral revelado em Deus.

Todas as vezes que as pessoas se relacionam, elas são confrontadas em seus padrões morais. O mentiroso é confrontado por causa da sua mentira; o arrogante por causa da sua arrogância; o vaidoso por causa da sua vaidade; o dominador por causa da sua dominação; o indiferente por causa da sua indiferença; o tímido por causa da sua timidez; o interesseiro por causa do seu interesse; o verdadeiro por causa da sua verdade; o justo por causa da sua justiça; o humilde por causa da sua humildade e assim por diante. Ninguém permanece intocado dentro do relacionamento com um ser criado a imagem e semelhança de Deus.

Diante de outras criaturas, o ser humano pode permanecer intocado. O leão, a girafa, o peixe, a montanha, a água, o céu estrelado, nenhuma das criaturas confronta moralmente o ser humano. Mas uma pessoa, sim; ela tem em si mesma a capacidade de tocar e confrontar o seu igual.
Talvez essa seja uma das maiores beleza do ser humano. Ele pode tocar a ser tocado, confrontar e ser confrontado a partir do seu contato com o outro. E assim, mediante o contato e o relacionamento cada qual se torna uma pessoa mais inteira e mais humana, cada qual ajuda um ao outro a resgatar mais e mais a sua imagem e semelhança de Deus.

Esse foi um propósito da vida de Jesus. Por isso, ele era tão relacional. Sendo a perfeita revelação de Deus, carregando, mais do que qualquer outro ser humano, a imagem e semelhança de Deus, H=Jesus tocava e se deixava tocar, confrontava e, mesmo não tendo pecado, se deixava confrontar. Com frequência, Jesus era visto ao lado das pessoas, seja no caminho, seja em casa, seja ao redor da mesa. Ele falava e ouvia, ensinava e ouvia o ensinamento dos outros, concordava e discordava, e , apesar de verificar a maldade no coração das pessoas, não as abandonou; mas amou-as até o fim.

Como nascidos de novo, o nosso chamado é o de seguirmos os passos de Jesus: andar como Ele andou. E isso significa não somente reconhecer a imagem e semelhança de Deus no outro, mas andarmos e nos relacionarmos profundamente com os nossos iguais.

(Autor Desconhecido)

Um comentário:

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